segunda-feira, 20 de junho de 2011

Tim Maia - Tim Maia Disco Club (1978)



A carreira de até então oito discos em sete anos premiava Tim Maia como um cantor e letrista muito competente. A exceção do ano de 1974, em todos os outros ele pelo menos um disco gravou. O interessante de notar quanto aos nomes é que Tim sempre assinava seus nomes nos álbuns, apenas adicionando em um o número do volume (tirando os Racionais). O ano de 1978 foi um prêmio a Tim. Saído da exaustiva cruzada emocional da Cultura Racional, que lhe propiciou provavelmente o auge de seu período artístico, intrínseco a um soul music que fazia jus a suas cordas vocais potentes. Saído do fosso e da desilusão de ter sido enganado, chegando a afirmar que "toda experiência religiosa é prejudicial ao ser humano", decidido também a passar uma pá de cal sobre o episódio gravou ainda mais dois discos até a chegada da "Fever" que atingiu em cheio e em sintonia com o gênio da música nacional. O carioca faleceria com 55 anos, após passar mal durante gravação de um show para TV. Em sua herança musical, consta 31 discos lançados até o ano de sua morte, com direito a dois shows ao vivo gravados. Em 28 anos de carreira, possuía média de mais de um cd gravado por ano, o que é raríssimo de se ver em bandas ou artistas com longevidade.

Assinado contrato com a Warner, Tim (que anos depois seria pioneiro em selos independentes) partiu para compor música da fórmula que sabia: as músicas em suas mãos viravam mágica e altamente rentáveis, que digam os sucessos "Que Beleza" e "Azul da Cor do Mar". A onda que assolaram Brasil e mundo á época era o fênomeno dos Embalos de Sábado a Noite, que lançado ao final do ano de 1977, atingiu o ano seguinte como um forte impacto, fazendo da música uma fórmula alegre, e de forma incrível, obtendo por um tempo suplantar o forte movimento punk que havia até então. A Warner, Tim Maia e a banda Black Rio, convidada especialíssima a integrar o grupo sabiam que a missão do álbum era carregar todo mundo para as pistas de dança, não se importando tanto com o clima soul de tantos sucessos anteriores. O objetivo era claro e o nome do álbum ratifica: Tim Maia Disco Club.

A obra começa com três candidatos a hits ("A fim de voltar", "Acende o Farol" e "Sossego"), sendo que o terceiro tornou-se um dos maiores sucessos da carreira do cantor, e a segunda, chegou a ser cantada em auditório, num dos programas de Carlos Imperial, na extinta TV TUPI. O instrumental "Vitória Régia Estou Contigo e Não Abro" apresenta sua banda de apoio, em uma faixa instrumental cheia de regionalidade e muito funk. All I Want é a faixa em que Tim solta o vozeirão cantando em inglês (o que não era surpresa já que cantara assim outras músicas). As três faixas seguintes mostram um Tim Maia voltando as raízes, cantando o Soul que o fez nacionalmente famoso. As faixas restantes apoiam um meio termo, com forte suporte da Banda Black Rio, sensacionalmente elaborando uma seção de sopro atrás da outra. Ou seja, mesmo sendo um álbum disco na essência, representou ao memso tempo o apeloa tendência, o viés característico de Tim e uma apresentação da banda, tocando não necessariamente música disco e sim algo mais próximo ao funk.

Para uma saída traumática de ideologia e identidade, o profissional Tim Maia mostrou em Disco Club que até pelo menos à época, era uma ótima fonte de confiança para as gravadoras, assumindo compromissos e obtendo êxito em muitas vezes. O álbum é bastante consistente e agradável, sendo facilmente um dos melhores da carreira do cantor. A forma como as músicas se intercalam é bastante interessante pois permite um lado A de seguimento de proposta e um lado B mais pessoal, mais de encontro as suas idéias. Tim Maia representa nesse álbum, dez faixas de boa música e de fácil recomendação a todos os amantes da música.



  • Avaliação: 



    




  • Ficha Técnica:
Gravadora:WEA/Warner
Lançamento: 1978
Gênero:Disco Music, Funk, Soul




  • Faixas:
A1) A Fim De VoltarHyldon / Tim Maia4:13
A2) Acenda o FarolTim Maia3:20
A3) SossegoTim Maia3:47
A4) Vitória Régia Estou Contigo e Não AbroTim Maia2:20
A5) All I WantTim Maia3:28
B1) MurmúrioCassiano3:27
B2) Pais e FilhosPiau / Arnaud Rodrigues3:52
B3) Se Me Lembro Faz DoerTim Maia3:55
B4) JurasTim Maia3:18
B5) JhonyTim Maia2:23




  • Créditos:
Base e Vocal:Tim Maia
Metais e Cordas em "Murmúrio", "Se Me Lembro Faz Doer", "Pais e Filhos", "Sossego" e "Jhony":Miguel Cidrãs
Metais e Cordas em "A Fim de Voltar",  "Vitório Régia Estou Contigo e Não Abro", "Acenda o Farol", "Juras", "All I Want":Lincoln Olivetti
Bateria:Paulo Braga
Baixo:Jamil Joanes
Guitarras:Tim Maia, Ary Piassarollo, Hyldon de Souza, Renato Ferreira (Piau), Henrique Sérgio (Rick); Solo em "Jhony"; Pedro Anibal (Pepeu)
Violão em "Múrmurio":Robson Jorge
Piano Elétrico, Piano Acústico e Clavinete:Robson Jorge
Piano Elétrico, Oberheim e Orgão Hammond:Lincoln Olivetti
Tumbadora:Sidney Moreira (Sidinho) em "Jhony" e "Sossego"; Djalma Côrrea
Bongó:Tim Maia
Ganzá:Paulo Braga
Vocal:TIM MAIA, Maria Rita, Maria Helena, Maria Aparecida, Solange Ferreira, Viviane Godoi, José Eduardo (Dudu), Carlos Alberto, Genival da Silva, José Amaro, Max Luiz, Luiz Mendes Jr., Gastão Lamounier, João Zênon (Fábio)
Trompete:Darcy da Cruz, Eraldo Reis e Geraldo Expedito
Sax Alto:Jorge Ferreira, Sebastião Francisco
Sax TenorJuarez Assis
Sax Baritono:Luiz Bezerra, Aurino Ferreira
Trombone:Edimundo Maciel, Darcy Seixas
ORQUESTRA DE CORDAS WEA




  • Vídeos:      
                                                                
A Fim De Voltar


                                                                                                                                

Jhony

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