terça-feira, 26 de julho de 2011

Música do Dia: Second Hand People - Bee Gees

Second Hand People dos Bee Gees numa época que poucas pessoas conhecem. 




See the cracks upon the wall.

We do not know the meaning of it all.

Ain't no fire to warm my feet.

Ain't got a nickel for a bit to eat.

 

We're not working,

we're not slaving.

Ain't worth a brain,

'cause we're not worth saving.

 

Second hand people,

tall as a steeple,

aofter than treacle,

in a pond are we

second hand people.

 

Ain't no mirror to comb my face.

Just keep on going from place to place.

Ain't got no lights above my head.

Don't even bother to leave my bed.

 

We're not living,

we're existing.

We're not moving,

just resisting.

 

Second hand people,

tall as a steeple,

softer than treacle,

in a pond are we

second hand people,

tall as a steeple,

softer than treacle....
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The Cure - Seventeen Seconds (1980)


            A banda de post-punk já havia feito algum alvoroço em seu primeiro lançamento de 1979, "Three Imaginary Boys", otimizado pelo lançamento um ano depois na terra do Tio Sam, com faixas diferentes, inclusive o maior sucesso do grupo até então, "Boys Don't Cry", que também dá nome ao álbum. Toda a crítica avaliou positivamente o tipo de sonoridade que a banda emplacou, inclusive o ousado cover de Jimi Hendrix. Passada a turbulência de seu primeiro lançamento e da compilação estadunidense, o Cure reúne-se em estúdio para seu segundo trabalho, o Seventeen Seconds.
            As mudanças do primeiro álbum começaram pela formação da banda: a saída do baixista Michael Dempsey e em seu lugar a chegada do longevo Simon Gallup, além da entrada do tecladista inglês Matthieu Hartley, que daria outra dimensão mais pesada ao grupo, com extenso uso dos sintetizadores (esse seria único trabalho com o grupo). A estréia do produtor Mike Hedges ocorreu neste álbum, assim como a do vocalista Robert Smith. Feito isso, o grupo no ano de 1980 mergulha em uma gravação, que realmente exigiu forte empenho do grupo, que durante sete dias gravaram e trabalharam na mixagem entre 16 e 17 horas por dia. As gravações possuem um tom obscuro e um pouco amador devido a pouca rodagem dos responsáveis pela produção.
            O álbum apresenta um ganho de maturidade comparado à estréia, adotando também uma sonoridade bem mais sombria e vaga, com uso em grande escala de teclas em forma sutil e com forte marcação de bateria por todo o álbum. Temos duas faixas instrumentais, a primeira "A Reflection", que tem um belo arranjo piano e guitarra e a interrompida pelo término da fita de gravação, "The Final Sound". O vocal diferenciado de Smith, que se faz presente em todas as canções exceto as já citadas acompanham sempre a batida de Lol Tolhurst, podendo ser citadas "Play For Today" e "At Night". As canções mais carregadas da banda estão inclusas em "M", com direito a uma bela linha de baixo de Gallup e o maior sucesso comercial desse trabalho, "A Forest", que possui em sua letra um alto teor sombrio, contando basicamente uma pessoa que está em uma floresta e ao procurar uma garota que o chama, acaba-se por adentrar-se entre as árvores, e depois de muito, chega à conclusão que aquela garota nunca esteve lá, e seria tarde para a descoberta, pois já estava perdido na escuridão. A faixa, que é metade instrumental metade cantada, é talvez uma das mais cinzentas desse lançamento. A faixa homônima e que fecha o álbum, assim como muitas outras, possuem uma longa introdução até chegar à voz de Smith, que faz por agilizar o andamento da faixa. Um último destaque estaria com a faixa Three.
            Lançado em abril de 1980 e atingindo a vigésima colocação nas paradas britânicas, o trabalho é considerado por Smith algo inédito para todos, e foi encarado como o última obra a fim de otimizar o conjunto. Foi bastante recebido pela crítica, que chegou a colocá-los como a nova "Joy Divison". O que marcou para essa boa obra foi o clima que gerou uma fase gótica que introduzia-se definitivamente na banda a este momento e que se estenderia por alguns anos. O excesso de minimalismo foi um ponto positivo, que deu ao Cure uma maior variabilidade de gêneros para compor. Enfim, entrávamos nos porões criativos dessa década tão ofuscada que entre outros, coroariam o post-punk e o estilo gótico, quase definições deste Cure.

  • Avaliação:


  • Ficha Técnica:
Gravadora:Fiction Records
Lançamento:1980
Gênero:New Wave e Post-Punk





  • Faixas:
A1) A ReflectionCompositores: Lol Tolhurst, Matthieu Hartley, Robert Smith e Simon Gallup2:12
A2) Play For TodayCompositores: Lol Tolhurst, Matthieu Hartley, Robert Smith e Simon Gallup3:41
A3) SecretsCompositores: Lol Tolhurst, Matthieu Hartley, Robert Smith e Simon Gallup3:20
A4) In Your HouseCompositores: Lol Tolhurst, Matthieu Hartley, Robert Smith e Simon Gallup4:08
A5) ThreeCompositores: Lol Tolhurst, Matthieu Hartley, Robert Smith e Simon Gallup2:36
B1) The Final SoundCompositores: Lol Tolhurst, Matthieu Hartley, Robert Smith e Simon Gallup0:52
B2) A ForestCompositores: Lol Tolhurst, Matthieu Hartley, Robert Smith e Simon Gallup5:55
B3) MCompositores: Lol Tolhurst, Matthieu Hartley, Robert Smith e Simon Gallup3:04
B4) At NightCompositores: Lol Tolhurst, Matthieu Hartley, Robert Smith e Simon Gallup5:54
B5) Seventeen SecondsCompositores: Lol Tolhurst, Matthieu Hartley, Robert Smith e Simon Gallup4:00




  • Créditos:
Vocais:Robert Smith
Guitarra:Robert Smith
Baixo:Simon Gallup
Bateria:Lol Tolhurst
Teclas:Mattieu Hartley
Engenheiros:Mike Dutton e Mike Hedges
Produtores:Mike Hedges e Robert Smith




  • Gravado no Morgan Studio One, Londres, Inglaterra, 1980.

  • Vídeos:
In Your House


M


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quinta-feira, 21 de julho de 2011

Thin Lizzy - Jailbreak (1976)


            Parte da construção do sonho americano, desse idealismo tão forte do século após as duas guerras mundiais se deve a importância que esse país, enquanto potência líder do ocidente, exercia sobre países mais pobres e oprimidos. Mesmo com o rechaço de influências com a União Soviética, seu prestígio manteve-se em alta, sendo como um manual de como se viver no "lado" democrático do globo. E na música, obviamente, isso também seria regra. Primeiramente, valorizando seus próprios músicos que faziam do jazz maravilhas, e com o início do rock, criando ídolos rebeldes como Jerry Lee Lewis e Chuck Berry. A quebra desse tabu veio com os ingleses dos Beatles e daí surgiram muitos outros a furar o bloqueio. Para os irlandeses do Thin Lizzy, em cinco anos esse fato ainda não acontecera. Estava lançada a missão ao grupo. Unir a qualidade, já inerente ao seu trabalho com o êxito comercial na terra do Tio Sam.
            Gravando por um mês (Dezembro de 1975 - Janeiro de 1976) no Ramport Studios, em Londres, o trabalho reuniu o suprassumo da banda, que se mantinha com essa formação nos dois álbuns anteriores, com seu líder Lynott, Gohram e Robertson nas guitarras e Brian Downey nas baquetas. Ajudaria ainda no trabalho o tecladista Tim Hinkley, na faixa "Running Back", apesar de não-creditado. Esse trabalho ainda seria produzido não por Lynott, mas sim por John Alcock, que seria responsável por lançamentos futuros do grupo. Mas nem tudo foram flores para o Thin Lizzy: a definição de quais seriam as músicas que encabeçariam os singles gerou um grande desconforto entre os integrantes. Decididas "Running Back" e "The Boys Are Back in Town", perceberam que era necessário uma suavizada na primeira música, fato que fez Lynott e Alcock a contratarem um músico de sessão chamado Tim Hinkley para dar um toque comercial à faixa. Robertson foi o músico contra a idéia, levando-o a não tocar na faixa que caiu no disco, iniciando rusgas entre os músicos. A visão da música para o guitarrista pode ser conferida em seu lançamento de 2011, Diamonds and Dirt. Feito isso, o dia 26 de março de 1976 ficaria para sempre na memória do hard rock, já que um dos melhores álbuns do gênero sairia as lojas no referido dia, sendo fabricado nos Estados Unidos pela Mercury e no Reino Unido pela Vertigo.
            São nove faixas que definem um trabalho sem dúvida consistente da banda. Lynott consegue com seu diferenciado vocal dar ritmo as pegadas das guitarras e as pesadas baterias. As faixas que saíram para singles em primeiro momento foram "The Boys Are Back In Town"/"Emerald". Dessas duas, pode-se concluir na primeira, um verdadeiro rock à risca, com todos os integrantes em impecável atuação dos envolvidos e "Emerald", que é a faixa que fecha o álbum, um verdadeiro hit de arena que apresenta um riff e um solo contagiante de guitarra, bem como "Cowboy Song", que também chegou a entrar em alguns compactos. A faixa-título que abre o álbum é sem dúvida uma das melhores amostras que se podem ter da banda, com todos os elementos citados anteriormente (a voz e baixo de Phil, as guitarras Gohram/Robertson e a bateria de Downey) a todo o vapor, constituindo realmente uma atmosfera de "fuga da cadeia", com direito ao som de sirenes. O teclado é o instrumento principal da controversa "Running Back". "Warriors", a quinta faixa do álbum sintetiza facilmente como funcionou o uso em larga escala das guitarras. A canção mais calma de todo o trabalho fica com a sétima faixa, "Fight Or Fall", que ainda sim têm seu quê de agito. Destacaria ainda a boa faixa "Angel From The Coast". O que se pode notar nesse trabalho é que a dupla de guitarristas precisou trabalhar, e colheu os frutos, já que facilmente temos pelo menos em metade do álbum músicas que embalaram qualquer show da banda. 
            Lançado e bem recebido pela crítica, chegando a um empolgante décimo oitavo lugar na Bilboard 200, o grupo finalmente obtêm seu passe nos Estados Unidos. A pitada comercial, que chegou a gerar tanta controvérsia durante as decisões das músicas dera resultados satisfatórios. A turnê do álbum, que prometia ser mais extensa precisou ser encerrada devido a uma hepatite que acometeu Phil Lynott. Enfim, dessa obra fica a bela obstinação que fez toda a engrenagem dos irlandeses entrar em um seleto grupo junto de outros conceituados habitantes desse belo país, como Rory Gallagher e anos depois o U2.

  • Avaliação:


  • Ficha Técnica


Gravadora:Vertigo (UK), Mercury (EUA)
Lançamento:1976
Gênero:Hard Rock


  • Faixas:
A1) JailbreakCompositor: Phil Lynott4:01
A2) Angel From The CoastCompositores: Brian Robertson e Phil Lynott   3:03
A3) Running BackCompositor: Phil Lynott3:13
A4) Romeo And The Lonely GirlCompositor: Phil Lynott3:55
A5) WarriorsCompositor: Phil Lynott e Scott Gorham4:09
B1) The Boys Are Back In TownCompositor: Phil Lynott4:27
B2) Fight Or FallCompositor: Phil Lynott3:45
B3) Cowboy SongCompositores: Brian Downey e Phil Lynott5:16
B4) EmeraldCompositor: Thin Lizzy4:03




  • Créditos:
Vocal:Phil Lynott
Baixo:Phil Lynott
Guitarra:Brian Robertson e Scott Gorham
Violão:Phil Lynott
Bateria:Brian Downey
Percussão:Brian Downey
Teclados:Tim Hinkley (3)
Produção:John Alcock



  • Gravado no Ramport Studios, Londres, Inglaterra, 1975-76



  • Vídeos:


Romeo And The Lonely Girl


Emerald


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domingo, 17 de julho de 2011

The Who - The Who By Numbers (1975)







            Dez anos de carreira passaram. O som agressivo, os comerciais de feijão e desodorantes intercalados entre as músicas do Sell Out. Tommy e seu sucesso mundial, Woodstock, Who's Next e sua "juventude improdutiva". A reviravolta mod no conceitual Quadrophenia e cá estamos: junto com o Led Zeppelin e os Stones, o The Who era sem dúvida a maior banda do pós-Beatles, ancorando esperança de todos seus apreciadores por letras tanto complexas de Townshend, quanto sarcásticas de John, as potentes cordas vocais de Daltrey e a explosão das baquetadas de Keith Moon. O ano de 1974 ficou dedicado, assim como uma parte do anterior, a Quadrophenia tour. Entwistle então nesse mesmo ano dedicar-se-ia a literalmente procurar todo trabalho velho e esquecido do Who para juntar na coletânia-álbum inédito, "Odds&Sods". Após tantos trabalhos de excelência qualidade, o Who entraria no ano de 1975 com a missão de manter as coisas como estavam. É aí que surge o novo lançamento do grupo, bastante diferente dos anteriores.
            A começar, antes mesmo dos trabalhos começarem o cenário da banda era bastante diferente também dos anteriores: Entwistle dedicara-se a uma turnê solo nos Estados Unidos, divulgando o último lançamento "Mad Dog", Daltrey e Townshend quase que exclusivamente trabalhavam em cima do filme Tommy que seria lançado no mesmo ano, e Keith produzia seu cômico álbum "Two Sides Of The Moon". A produção novamente ficaria também por conta de Glyn Johns, que havia trabalhado com o grupo nos últimos lançamentos. O álbum ainda marca a volta de Entwistle como compositor (já que no "Quadrophenia" não compôs nenhuma faixa), e o teor das músicas voltado mais para o momento pessoal de seu principal compositor, Townshend.
            Com isso, talvez esse trabalho seja o mais pessoal da banda. Townshend, por opção, escreveu e cantou sobre os crescentes problemas de alcoolismo que passava, dedicando isso à faixa "However Much I Booze", já na voz de Daltrey e composição de Pete, a reflexiva "How Many Friends" que é cantada em seu refrão algo como em tradução literal "Quantos amigos que realmente tenho ?", canções sobre amor estão em "Dreaming From The Waist" e "They're All In Love". Teríamos ainda a bela faixa tocada em ukulele "Blue Red And Grey", que aparenta ter um tom autobiográfico e é sem dúvidas uma das mais belas letras que Pete já compôs. A canção que mina esse campo pessoal de Pete é o single country "Squeeze Box", que é recheado de ambiguidades. A única faixa de Entwistle, "Success Story",  segue a linha de suas composições: sarcásticas, e nesse caso parecendo falar de como sua própria banda cresceu. Em 1996 seriam lançadas três faixas extras, as versões ao vivo de "Dreamming From The Waist", "Behind Blue Eyes" e "Squeeze Box".
            Lançado a obra, no dia três de outubro de 1975 no Reino Unido e no dia vinte cinco do mesmo mês nos Estados Unidos, Thee Who abriria a uma turnê meses depois. Sua curiosa capa creditada a John Entwistle, é literalmente um joguinho de ligue os pontos, explicação para o nome do trabalho, algo como "The Who pelos números". O álbum foi bem recebido pela crítica e rapidamente subiu as paradas britânicas e estadunidenses para o sétimo e oitavo lugar, respectivamente. O single Squeeze Box aventurou também na décima e décima sexta posição, na sequência UK/EUA. A banda ainda no mesmo ano receberia da RIAA a bonificação de disco de Ouro. Em 1993, a mesma instituição premiaria a banda com platina. O que se conclui desse novo lançamento do Who é que entre intrigas e interesses diversos, a banda lançou um trabalho que renovou suas cargas, dando mais amplitude para o processo criativo. A turnê que seguiu o álbum ficou mais de um ano rodando a Europa e os Estados Unidos, um sucesso certo entre seus milhares de fãs. Mesmo diferente dos seus sucessos anteriores os compositores do Who venderam bem e mostraram-se mais humanos, principalmente Townshend, o que sem dúvida é um ponto bastante positivo e único na carreira deste incrível grupo.

  • Avaliação:



  • Ficha Técnica:
Gravadora:Polydor (UK), MCA Records (EUA)
Lançamento:1975
Genêro:Rock




  • Faixas:
A1) Slip A KidCompositor: Pete Townshend4:29
A2) However Much I BoozeCompositor: Pete Townshend5:03
A3) Squeeze BoxCompositor: Pete Townshend2:41
A4) Dreaming From The WaistCompositor: Pete Townshend4:48
A5) Imagine A ManCompositor: Pete Townshend4:00
B1) Sucess StoryCompositor: John Entwistle3:20
B2) They're All In LoveCompositor: Pete Townshend3:00
B3) Blue, Red And GreyCompositor: Pete Townshend2:47
B4) How Many FriendsCompositor: Pete Townshend4:06
B5) In A Hand Or A FaceCompositor: Pete Townshend3:25



*Extras, versão 1996 (versões ao vivo)
A1) Squeeze BoxCompositor: Pete Townshend4:13
A2) Behind Blue EyesCompositor: Pete Townshend3:41
A3) Dreaming From The WaistCompositor: Pete Townshend4:52



  • Créditos:
Vocais:John Entwistle (6), Pete Townshend (2,8) e Roger Daltrey (1,3,4,5,7,9,10)
Vocais de Apoio:John Entwistle, Keith Moon, Pete Townshend e Roger Daltrey
Baixo/Baixo 8 cordas:John Entwistle
Guitarra:Pete Townshend
Bateria:Keith Moon
Percussão:Keith Moon
Gaita:Roger Daltrey (2)
Metais:John Entwistle
Teclados:Pete Townshend e John Entwistle
Ukulele:Pete Townshend
Acordeon:Pete Townshend
Banjo:Pete Townshend
Piano:Nick Hopkins (4,6,9,10)
Violino:Dave Arbus
Produtor:Glyn Johns


  •  Gravado no Shepperton Studios', Shepperton, Inglaterra e  Ronnie Lane's Mobile Studio, Londres, Inglaterra, 1975.
  • Vídeos: 


Imagine A Man



However Much I Booze



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domingo, 10 de julho de 2011

Jamiroquai - Travelling Without Moving (1996)



            Em quatro anos de existência, os britânicos conseguiram emplacar dois álbuns de qualidade muito boa, a estréia do politizado no sentido ecológico "Emergency on Planet Earth" e "The Return of the Space Cowboy", outro trabalho aclamado pela crítica, principalmente no próprio Reino Unido. Comparações do vocal de Jason Kay com o genial Stevie Wonder surgiram e algo que também chamara a atenção seria o instrumental totalmente diferente do mainstream da época de seu surgimento, do grunge de Seattle, do Britpop e do Pop de grupos como Simply Red. Era algo como um funk com elementos de acid jazz. Após dois anos sem lançar um álbum, a banda, precisamente no dia nove de setembro de 1996, colocaria no mercado seu mais novo trabalho.
             As novidades começariam na sua produção: pela primeira vez Jay Kay estaria envolvido, em parceria com Al Stone. Uma curiosidade é que a capa do álbum colocara algo como o corpo do logo da escuderia italiana Ferrari, estampando em vez do clássico cavalo rampante, o já tarimbado Buffalo Man, símbolo do grupo. O detalhe é que no encarte, a banda agradece pela "ajuda e inspiração" e dando os votos de boa sorte no Mundial, e o fato que ficou é que no biênio 96/97 foi a rival Williams quem levantou o caneco dos construtores, enquanto Damon Hill e Villeneuve, ambos da Renault, o de pilotos. Esse seria também o último trabalho completo do baixista Stuart Zender com a banda, já que no durante as gravações de Synkronized, de 1999, deixaria o grupo. As vendagens após o álbum comprovariam a boa fase da banda, superando os até então seus maiores êxitos e vendendo estimadamente 11,5 milhões de cópias no mundo, além a notificação da RIAA de um milhão de álbuns cópias nos Estados Unidos (a única da banda), em novembro de 1997. O trabalho ainda renderia quatro singles e um grande hit, a faixa título, que rendeu um Grammy na categoria single e quatro prêmios MTV.

            As diferenças com outros álbuns surgiram com a banda lançando-se mais no lado da eletrônica e possuindo em seu setlist mais faixas instrumentais, tais como a sequência "Didjerama" e "Didjital Vibrations", ambas parecendo colocar o ouvinte numa travessia a barco em uma selva com direito a zumbidos e barulho de animais, tais como pássaros e macacos, sendo essa a faixa mais criativa e curiosa do álbum. As faixas comerciais seriam as duas primeiras, "Virtual Insanity" que claramente tem um tom profético ao lançar seu ponto de vista sobre os avanços genéticos desenfreados e "Cosmic Girl" com direito a clipes e um pop bem equilibrado na primeira e um funk na segunda. A percussiva "Use The Force" e o reggae em "Drifting Along" são sem dúvida destaques a parte do álbum. As faixas com pitadas de eletrônica ficam por conta de "Alright" e a faixa homônima. A música que também contrapõe toda a vitalidade do álbum é a easy listening "Spend a Lifetime", que encerra as faixas do álbum, já que em muitos outros contamos com versões extras de duas músicas: "Do You Know Where You're Coming From?" e a faixa escondida "Funktion", uma exposição do som que o grupo produzia em oito minutos muito bem gastos.
            A crítica rende-se ao álbum e coloca a banda no hall de grupos sólidos na cena inglesa e mundial. O gênero que o Jamiroquai introduziu junto a muitas outras bandas semelhantes, atrelado ao sucesso e aceitação que a banda teve, contribuíram para um dos trabalhos mais bem sucedidos da década, totalmente descontraído e divertido. Pela terceira vez, a dança e o gingado triunfaram.

  • Avaliação:




  • Ficha Técnica
Gravadora:Sony Soho Square (UK) e Work (EUA)
Lançamento:1996
Gênero:Acid Jazz, Eletrônica, Funk




  • Faixas:
1)Virtual InsanityCompositores: Jay Kay e Toby Smith5:40
2) Cosmic GirlCompositores: Derrick McKenzie e Jay Kay4:03
3) Use The ForceCompositores: Derrick McKenzie, Jay Kay, Sola Akingbola e Toby Smith4:00
4) EverydayCompositores: Jay Kay, Stuart Zender e Toby Smith4:28
5) AlrightCompositores: Jay Kay e Toby Smith4:25
6) High TimesCompositores: Derrick McKenzie, Jay Kay, Sola Akingbola e Toby Smith5:58
7) Drifting AloneCompositores: Derrick McKenzie, Jay Kay, Simon Katz e Stuart Zender4:06
8) DidjeramaCompositores: Derrick McKenzie, Jay Kay e Wallis Buchanan3:50
9) Didjital VibrationsCompositores: Jay Kay, Stuart Zender e Wallis Buchanan 5:49
10) Travelling Without MovingCompositor: Jay Kay3:40
11) You Are My LoveCompositor: Jay Kay3:55
12) Spend A LifetimeCompositores: Jay Kay, Stuart Zender e Toby Smith4:14
13) Do You Known Where You1re Coming From ? *Compositores: Jay Kay, M-Beat e Toby Smith
14) Funktion *Compositores: Jamiroquai


* Faixas escondidas e não entituladas no álbum



  • Créditos:
Vocais:Jay Kay
Baixo:Stuart Zender
Guitarra:Simon Katz
Teclados:Toby Smith
Bateria:Derrick McKenzie
DidgeridooWallis Buchanan
Arranjo de Cordas:Jay Jay e Simon Hale
Engenheiro:Al Stone
Produção:Al Stone, Jay Kay, M-Beat(13) e Rick Pope


Gravado no Great Linford Manor Studios, Milton Keynes, Inglaterra, 1995.



  • Vídeo:

High Times



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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Badfinger - Wish You Were Here (1974)

    
O final da década de sessenta foi importantíssimo para a Apple, que precisava urgentemente de uma segunda fonte de renda, partindo do pressuposto que sua principal banda, os Beatles, estava decididamente em seus dias finais. Os também ingleses do The Iveys então foram escolhidos pela gravadora para tornar-se a banda que sucederia o “Fab Four”. Mudança de formações, como a saída de Ron Griffths e a entrada de Joey Molland e a transformação do nome da banda para Badfinger moldaram o grupo para o sucesso. Muitos dos lançamentos da banda contariam ainda com ajuda de Paul, John, Ringo e George, sendo esse último que colocou o grupo a participar do cultuado "Concert For Bangladesh" além de compor o solo do maior êxito da banda na Billboard, Day After Day (4°). Paul auxiliaria escrevendo o hit do primeiro álbum da banda como Badfinger, a faixa "Come and Get It", Ringo e John cederiam participações respectivamente no single "It Don't Come Easy" e no álbum Imagine. O ano de 1973 marcaria a conturbada saída da banda da Apple, homenageada na faixa de seu último álbum na gravadora (Apple of My Eye - Ass) para a chegada na Warner, arranjada pelo então empresário Stan Polley. Após a gravação de um álbum homônimo, que se chocaria em vendas com o último da banda, o grupo agora em crise buscaria respostas para voltar à superfície.
Logo após o final da turnê nos EUA, a banda reúne-se para a gravação do álbum na primavera de 1974, que ocorreria no Caribou Ranch Studios, no Colorado e no George Martin's AIR Studios, em Londres. Seria o último álbum da banda com sua formação Ham-Evans-Molland-Gibbins. E já no seu final de produção ocorreriam rusgas entre Ham e a esposa de Molland, que segundo relatos, envolvia-se diretamente na política do grupo, mal comparando algo na história os papéis de Raisa Gorbachev e Yoko Ono. Ainda no final daquele ano, Ham sairia do grupo voltando três semanas depois, e em dezembro de 1974 apenas um mês após o lançamento da obra, Molland anunciara seu desligamento. O trabalho ainda seria marcado pela terceira parceria consecutiva com o produtor Chris Thomas.
A revista Rolling Stone continuava apostando suas fichas na banda, já que em trabalhos anteriores dedicara-se também a analisá-los. Tratando do álbum objetivamente, vemos muito mais maturidade musical nos seus integrantes, que construíram possivelmente seu álbum mais pesado, carregados com guitarras e bastante bateria, ora a primeira por parte de Joey e Pete e a segunda absoluta às mãos de Mike Gibbins. Ao passo dessa premissa, notamos ainda sim a essência country atrelada ao rock que sempre existiu no Badfinger e também mais aflorada em  "Your So Fine" composta pelo baterista e guiada com violão e gaita e em "Got Get Out Of Here", de Molland. As faixas que carregam mais a rock'n roll estão nas duas compostas por Ham, a abertura do álbum "Just A Chance" e "Dennis". Esse é o álbum que menos contribuiu Tom Evans, que assinou apenas a oitava faixa. Ainda temos a bela "Love Time" e o belo encerramento com “Meanwhile Back At Ranch/Should I Smoke”, por Ham/Molland. Concluímos então quatro composições de Ham, três de Molland, duas de Gibbins e apenas uma de Evans, configurando um lado A de Pete Ham e o lado B de Molland, o que mostra claramente uma mudança de perspectiva do grupo, que antes contava mais com a dupla Ham-Evans.
Em novembro de 1974 o álbum foi lançado, e no ano seguinte, fora retirado de catálogo devido a questões contratuais entre a banda e a Warner, não permitindo assim, a provável subida da banda nas paradas, e a criação de alguns hits que facilmente poderia haver na obra que ainda ingressou na 184ª posição na Billboard 200. Temos aqui o que é chamado de melhor lançamento do Badfinger, uma volta triunfal ao lugar de onde não deveria ter saído que infelizmente foi tragado pelas armadilhas do mundo da música. O golpe das vendagens, a perda de integrantes na banda e chegada de outros (o tecladista Bob Jackson) sepultaram praticamente a existência do grupo e devido ao roubo do empresário no dinheiro do grupo, fato que fez influência decisiva no líder e principal compositor da banda, atolado em dívidas e desesperado a enforcar-se. Acabava ali um dos grupos mais promissores da década e com ele o sentido de continuar de outro integrante e amigo de Ham, Tom Evans, que entre uma depressão e outra, oito anos mais tarde poria sua vida um fim à mesma maneira que seu companheiro. Tom, que havia dito diversas vezes a familiares que queria estar ao lado do melhor amigo, finalmente descansara. "Wish You Were Here", em português literal "queria que você estivesse aqui" funcionaria como uma premonição aos anos que seguiriam para os três remanescentes além da canção Without You que cita em sua letra “I Can’t Live Without You” que em português seria “Não consigo viver sem você” presente no álbum "No Dice" de 1970.
  • Avaliação:







  •  Ficha Técnica:     
Gravadora:Warner
Lançamento:1974
Gênero:Rock, Pop




  •  Faixas:

A1) Just A ChanceCompositor: Pete Ham                     2:58
A2) Your So FineCompositor: Mike Gibbins        3:05
A3) Gotta Get Out Of HereCompositor: Joey Molland        3:29
A4) Know One KnowsCompositor: Pete Ham                     3:17
A5) DennisCompositor: Pete Ham                     5:19
B1) In The Meantime / Some Other TimeCompositor: Mike Gibbins e Joey Molland6:45
B2) Love TimeCompositor: Joey Molland             2:19
B3) King Of The LoadCompositor: Tom Evans3:33
B4) Meanwhile, Back at The Ranch / Should I SmokeCompositores: Pete Ham e Joey Molland4:57




  • Créditos: 

Vocais:Joey Molland (2,3,6,7,9), Pete Ham (1,4,5,9) e Tom Evans (8)
Vocais de Apoio:Joey Molland, Pete Ham, Mike Gibbins e Tom Evans
Falas em: "Know One Knows":Mira Kato*
Baixo:Tom Evans
Guitarra e Violão:Joey Molland e Pete Ham
Bateria:Mike Gibbins     
Teclados:Mike Gibbins e Pete Ham
Piano Elétrico:Tom Evans (8)
Arranjador:Roger Ball (9)
Metais:Average White Horns(9)
Regência:Anne Odell
Engenheiros:Garith Guinnes e Que Guercios
Produtores:Chris Thomas


* Não creditado




  •  Gravado no Colorado's Caribou Ranch, Colorado, Estados Unidos e George Martin's AIR Studios, Londres, Inglaterra, primaveira de 1974


  • Vídeos: 

You So Fine




   Meanwhile Back At Ranch/Should I Smoke 



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