quarta-feira, 29 de junho de 2011

ABBA - Arrival (1976)



                A banda sueca é o exemplo de superação em seus trabalhos. A cada lançamento, no seu curto período de quatro anos de atividade até o momento do lançamento desse álbum, cada vez mais recebia elogios pelas obras. O ano de 1975 premiá-los-ia em várias paradas de sucesso ao redor do mundo, com um álbum homônimo, no qual saíram os hits "Mamma Mia!" e "I Do, I Do, I Do, I Do, I Do". Mesmo com o grande sucesso que obteve o grupo, reuniram-se por mais de um ano no estúdio (agosto de 1975 até setembro de 1976) para lançar o trabalho mais significativo de suas carreiras, junto a um dos maiores sucessos que a década de setenta e a música contemporânea já viram.

                A gravadora Polar Music, de origem sueca assim como a banda, passou a ter em progressão mundial uma dependência dos sucessos do grupo e sua rentabilidade. Conforme dito anteriormente, os até então casais dedicar-se-iam bastante para esse lançamento, numa época em que a disco music emergira e o ABBA nessa aventurou-se, lançando o que é por muitos, entendido como a sua maior jogada pop. Nesse trabalho, assim como em todos os anteriores, Benny e Bjorn ficariam responsáveis pela produção e contariam ainda com o suporte de Rutger Gunnarsson no baixo e Ola Brunkert nas baquetas, que também haviam trabalhado anteriormente com o quarteto. 
                Uma das peculiaridades do álbum, que com esse viés de pop, conseguiu um feito interessante: fazer de todas as músicas algum sucesso, tanto que os lançamentos de "Money, Money, Money", "Dum Dum Diddle" e a extra-oficial faixa "Fernando" rapidamente subiram as paradas e tornando-se hits em muitos países ao redor do globo. As músicas em si apresentam uma qualidade, possuindo bons momentos na levada country de "When I Kissed the Teacher", passando pelo tema de separação, na boa faixa e hit "Knowing Me, Knowing You", até a rica em teclados, "That's Me". O sucesso maior do álbum, que se confunde com ele é a pop "Dancing Queen", maior sucesso da banda desde então, que falava apenas de uma versão feminina do Tony Manero, porém sem o viés de competição: seria literalmente uma garota que se transforma em rainha na pista de dança. Talvez a grande decepção do álbum seja sua faixa homônima e última, a atmosfera medieval e de despedida da instrumental/coral "Arrival" que rompe a boa sequência das músicas que até então eram temática do mais novo lançamento da banda.
                Lançado e alcançando os primeiros lugares em todos os cantos do globo, e principalmente em seus vizinhos nórdicos, ABBA consegue lançar em seu maior trabalho pop até então uma qualidade muito válida, dada especialmente pelo enorme esforço da fiel equipe que acompanhou a banda. Bjorn, Benny, Anni-Frid e Agnetha teriam a partir daí outra missão, ainda mais complicada: passar para seu grande público, grandes trabalhos tais como haviam conseguido até então.



  • Avaliação:   




  • Ficha Técnica:
Gravadora:Polar Music
Lançamento:1976
Gênero:Pop




  •  Faixas:
A1) When I Kissed The TeacherCompositores: Benny Andersson e Björn Ulvaeus2:58
A2) Dancing QueenCompositores: Benny Andersson, Stig Andersson e Björn Ulvaeus3:47
A3) My Love, My LifeCompositores: Benny Andersson, Stig Andersson e Björn Ulvaeus3:52
A4) Dum Dum DiddleCompositores: Benny Andersson e Björn Ulvaeus2:50
A5) Knowing Me, Knowing YouCompositores: Benny Andersson, Stig Andersson e Björn Ulvaeus3:55
B1) Money, Money, MoneyCompositores: Benny Andersson e Björn Ulvaeus3:02
B2) That's MeCompositores: Benny Andersson, Stig Andersson e Björn Ulvaeus3:14
B3) Why Did It Have to Be Me ?Compositores: Benny Andersson e Björn Ulvaeus3:19
B4) TigerCompositores: Benny Andersson e Björn Ulvaeus2:54
B5) ArrivalCompositores: Benny Andersson e Björn Ulvaeus2:58





  • Créditos:
Vocais:Agnetha Fältskog, Anni-Frid, Benny Andersson e Björn Ulvaeus
Vocais de Apoio:Agnetha Fältskog, Anni-Frid, Benny Andersson e Björn Ulvaeus
Baixo:Rutger Gunnarsson
Guitarra:Anders Glenmark, Björn Ulvaeus, Janne Shaffer e Lasse Wellander
Violão:Lasse Wellander
Bateria:Ola Brunkert, Roger Palm
Percussão:Benny Andersson e Malando Gassama
Saxofone:Lars Carlsson
Arranjador Cordas:Rutger Gunnarsson
Cordas:Ola Brunkert, Roger Palm
Teclas:Benny Andersson
Engenheiros:Michael B. Tretow
Produtores:Benny Anderson, Björn Ulvaeus


  • Gravado no Metronome/Atlantis Studio, Estocolmo, Suécia, 1975-76



  • Vídeos:
Knowing Me, Knowing You

  
Why Did It Have to Be Me ?

  
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terça-feira, 28 de junho de 2011

Música do dia: Lady - Kenny Rogers

Essa é uma daquelas músicas que se ouve no carro, num final de sexta ensolarado voltando para a casa, com a sensação da gloria chamado sábado que está por vir. Ou algo mais ...




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Simply Red - Men And Women (1987)


                Normalmente grandes bandas dependem de boas estréias. E é mais normal ainda o segundo lançamento ser menos prestigiado por diversos motivos. Formado em 1984, tudo ocorreu muito rápido para a mais nova banda de Manchester. Contratados pela gravadora Elektra, lançam um primeiro hit, "Money's Too Tight (To Mention)", clara menção aos tempos de realidade difícil vividos no início da década de oitenta. A música alcançaria o décimo terceiro lugar nas paradas do Reino Unido, os incentivando a lançar seu álbum de estréia, o "Picture Book", de 1985, com o hit mundialmente famoso "Holding Back The Years", puxado pelas paradas norte americanas em 1986, o termômetro da música mundial. O sucesso foi tanto que coube nesse meio tempo uma apresentação no Festival de Jazz em Montreux no mesmo ano. Poeira baixa, a banda reune-se novamente para a gravação de seu segundo álbum, com a clara missão de manter-se à nível do primeiro.
                Ainda pela mesma gravadora, e com basicamente os mesmos músicos, uma parte do ano de 86 ficou dedicada à produção, daquele que seria chamado de "Men and Women". Uma nota importante é que esse álbum marca a estréia, como músico convidado, de Ian Kirkham, saxofonista que acompanharia a banda em muitas ocasiões nos anos que viriam. A figura de Mick ainda fica mais forte na banda, com uma fotografia sua na capa, quase ele se tornando o "Red", o centro das atenções e o irretocável do conjunto (uma verdade é que por causa dos cabelos do músico que surgiu o nome). O álbum seria lançado em janeiro de 1987 e seria puxado à segunda colocação das paradas britânicas.
                Em si, as músicas todas tratam do lado passional do homem e da mulher, contendo em muitas dela temáticas claras sobre a infidelidade e sofrimento (Infidelity e Suffer), impasses amorosos em "Maybe Someday", despedidas no ótimo cover de "Ev'ry Time We Say Goodbye", discussões pesadas em "Move On Out" e a canção-hit, "The Right Thing", com toda uma atmosfera que apenas o galanteador ascendente Hucknall conseguiria colocar, e tudo à marca do Simply Red: muitos metais junto à potente voz de Mick, com ora ou outra o baixo, a guitarra tornando-se referências na música. A novidade específica do álbum foi utilizar em larga escala teclados e efeitos semelhantes.
                O que se tira desse trabalho, bem colocado nas paradas britânicas, junto a colocação dos dois sucessos do álbum "The Right Thing" e o jazz "Every Time We Say Goodbye", que flutuaram entre a décima e vigésima colocação das paradas, é que nem sempre as estatísticas mostram uma verdade absoluta. Mesmo a rentabilidade a parte, o álbum não convenceu os artistas nem o núcleo de trabalho, levando o início do problema-solução de substituição dos músicos, mudando o line-up a cada lançamento ou turnê, mas sempre mantendo Mick, que a essa altura já era o "dono" do grupo. As músicas, por tratar-se de temas semelhantes, parecem repetitivas, seguindo a mesma fórmula de composição em diversas músicas do álbum (uma das que furaram o bloqueio foi o cover de Cole Porter e o também cover de Bunny Wailer, "Love Fire", em um misto de reggae com pegada ska) dando um padrão que não era de forma alguma visto no álbum anterior. E talvez essa tenha sido a lição para colocar a banda de volta aos trilhos. Os anos seguintes estariam trilhados para o Simply Red com lançamentos memoráveis e sua inclusão na memória afetiva de toda uma geração.

  • Avaliação:



  • Ficha Técnica:

Gravadora:Elektra Records / WEA Records
Lançamento:1987
Gênero:Pop, Soul

  • Faixas:

A1) The Right ThingCompositor: Mick Hucknall4:19
A2) InfidelityCompositores: Lamont Dozier, Mick Hucknall**4:09
A3) SufferCompositores: Lamont Dozier, Mick Hucknall**4:55
A4) I Won't Feel BadCompositores: Simply Red3:22
A5) Ev'ry Time We Say GoodbyeCompositores: Colen Porter4:18
B1) Let Me Have It AllCompositor: Sylvester Stewart 3:45
B2) Love FireCompositor: Bunny Wailer4:58
B3) Move On OutCompositor: Mick Hucknall4:55
B4) ShineCompositor: Mick Hucknall3:22
B5) Maybe SomedayCompositor: Mick Hucknall4:18


  • Créditos:

Vocais:Mick Hucknall
Vocais de Apoio:Fritz McIntyre, Janette Sewell e Mick Hucknall
Baixo:Tony Bowers
Guitarra:Sylvan Richardson
Bateria:Chris Joyce
Percussão:Chris Joyce, Tim Kellett e Tony Bowers
Teclados:Fritz McIntyre e Tim Kellett
Fliscorne e Trumpete:Fritz McIntyre
Saxofones:Ian Kirckham*
Trombone:Derek Wadsworth*
Violoncelo:Eleanor Morris(5)*
Programador Teclados:Steve Rainford*
Engenheiro:Barry Mraz
Produtor:Alex Sadkin

  • *Músicos convidados
  • **Creditados originalmente como Hucknall/Dozier/Hucknall, em homenagem ao trio de compositores da Motown, Holland/Dozier/Holland.


  • Vídeos

                                                       
I Won't Feel Bad

                                                       
Maybe Someday

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segunda-feira, 27 de junho de 2011

John Entwistle - Smash Your Head Against The Wall (1971)


Os últimos anos para o The Who foram incríveis. Desde seu primeiro lançamento, o álbum "The Who Sings My Generation”, que a banda ainda trazia covers de James Brown, esse teve um quê de pioneiro, especialmente para um de seus integrantes: John Alec Entwistle. De uma maneira ou de outra, foi ele quem primeiro colocou o baixo como instrumento rítmico no rock, compondo um solo para a canção homônima: "My Generation". Nos anos seguinte, "Whisky Man" seria sua primeira canção composta, seguida por uma de suas mais conhecidas, "Boris the Spider". As letras sempre abordavam temas mórbidos que Townshend não arriscava compor, nos anos seguintes sempre foram inclusas 2 faixas suas em cada álbum do The Who, até no álbum pioneiro e que projetou mundialmente o grupo: Tommy. A partir daí, John decidiu ter mais espaço para compor, e foi o primeiro da banda a arriscar-se em um álbum solo, o primeiro de muitos do artista. 

O álbum já começa a mostrar-se interessante pela sua capa, John usa uma máscara de seu próprio rosto e é fotografado olhando através de um raios-X de um paciente com câncer no pulmão, parodiando as campanhas anti-fumo da época. Comprovando sua competência como músico, ficou responsável por compor todas as faixas, tocou todos os metais, além dos teclados e o seu velho companheiro, o baixo. Keith Moon, seu colega de The Who, o ajudou com gravando a percussão de "No. 29 (Eternal Young)".

O trabalho de John é um pouco distinto do de sua banda pelo fato de se aproximar mais do hard rock e possuindo ao mesmo tempo mais sessões de metais (que o próprio Entwistle gravava no Who).
Falando da obra em si, as letras possuem algo como a assinatura do Ox, a primeira faixa, "My Size", aborda a visão de uma aranha, é entendida por ele como uma continuação de "Boris". "Pick me Up (Big Chicken)" fala abertamente das bebedeiras e tem um tom até autobiográfico, quando diz, em tradução literal: "Eu quero ver o quanto de cerveja eu posso encher a minha cara". Objetivamente, trata da história de quem vai pro bar, precisa de um táxi para voltar para casa e no dia seguinte lá está de volta, com a desculpa de que se esqueceu o carro por ali. "What Are We Doin' Here ?" é uma clara menção a saudade de casa, possivelmente em decorrência das longas turnês norte-americanas da banda. "Ted End" a sexta faixa, fala da morte de Teddy Greenstreets, e que nenhum de seus parentes foram ao seu velório. O sucesso desse álbum fica com "Heaven And Hell", que fora cantada pelo próprio John nos shows do Who, possui uma letra sobre as ações das pessoas no mundo e o que as faziam ir para o céu ou inferno.

Destaque aí para a bela linha de guitarra do então roaddie do Who, Cyrano Langston. A faixa que fecha a obra, "I Believe in Everything" é segundo o próprio John uma brincadeira que foi jogada ao público, já que nem tudo que escreveu necessariamente acredita. Em suma, o álbum trata de letras sombrias e sempre com um senso de humor negro que é bem conhecido do Ox, o próprio credita a sua genética. 

Trabalho finalizado e as vendas, John finalmente se lança como um compositor. Pete Townshend, seu colega de banda disse uma vez que "nós conhecemos mais do John em sua gravação do álbum do que em todos esses anos tocando baixo". A aventura e ousadia de Entwistle influenciaram mais tarde outros membros da banda a darem suas escapadas solo, como o próprio Pete em "Who Came First", do ano seguinte. O álbum cravou a 126ª colocação nas paradas da Bilboard 200 no ano do lançamento. A urgência em se afirmar junto a um estilo diferente do Who de compor e tocar fizeram desse lançamento uma verdadeira enciclopédia sobre o "Quiet One" da banda.


  
  •  Avaliação:


  • Ficha Técnica:

Gravadora:Track Records (UK) / Decca Records (EUA)
Lançamento:1971
Gênero:Hard Rock, Rock






  • Faixas:

A1) My SizeCompositor: John Entwistle3:45
A2) Pick Me Up (Big Chicken)Compositor: John Entwistle3:42
A3) What Are We Doing Here ?Compositor: John Entwistle3:48
A4) What Kind Of People Are They ?Compositor: John Entwistle2:43
A5) Heaven And HellCompositor: John Entwistle5:04
B1) Ted EndCompositor: John Entwistle2:33
B2) You're MineCompositor: John Entwistle4:39
B3) No. 29 (Eternal Young)Compositor: John Entwistle6:06
B4) I Believe In EverythingCompositor: John Entwistle3:07




  • Créditos:
Vocais:
John Entwistle
Vocais de Apoio:
Dave Langston, John Entwistle, Keith Moon(8), Neil Innes
Baixo:
John Entwistle
Guitarra:
Dave Langston
Violão:
Dave Langston
Bateria:
Jerry Shirley e Keith Moon(8)
Fliscorne, Trumpete e Trombone:
John Entwistle
Teclados:
John Entwistle
Escrito Por:
John Entwistle
Conceito de Capa / Arte:
John Entwistle/ Graham Hughes
Engenheiro:
Roy Baker
Produção:
John Entwistle
  •   Gravado no Trident Studios, Londres, Inglaterra, em 1971




  • Vídeos:                                                        
Pick Me Up (Big Chicken)


                                                                                                    
 You're Mine




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sexta-feira, 24 de junho de 2011

Rod Stewart - Gasoline Alley (1970)


                Em mais de cinquenta anos de sua vida, Rod dedicou-os à música. COm um grupo de skiffle não-profissional em 1956, iniciou sua experiência que iria a se acumular com os anos seguintes. Durante toda a década de sessenta passando por diversos grupos, o ano de 1968 seria realmente um início de partida: gravando com o Jeff Beck Group, conseguiu projeção com dois bons álbuns gravados pela banda. The Faces, a banda que o projetaria mundialmente surgiria em 1969 da ruptura do Small Faces, e entre todos esses acontecimentos, o cantor grava seu debut no mesmo ano, "An Old Raincoat Won't Ever Let You Down" que seria lançado nos Estados Unidos primeiro, sob o nome de "The Rod Stewart Album", em novembro do mesmo ano. O lançamento britânico ficaria para o ano de 1970, quando o Faces também lançaria seu primeiro álbum solo. Seria conhecido a partir daí como um artista incansável, lançando bons trabalhos em um curto espaço de tempo, tanto que no segundo semestre de 70, chegaria às lojas "Gasoline Alley", seu segundo álbum solo sob os selos Mercury nos EUA e Vertigo no Reino Unido, é desse álbum que falaremos a seguir.
                 Um fato interessante que pode ser notado facilmente nos trabalhos solos de Rod é que em sua produção, encontramos facilmente os line-ups completos do Faces, o que mais ou menos coloca implicitamente o álbum como uma parte extra da história dessa banda. Esse álbum ficaria marcado com o último da curta parceria de dois álbuns da produção Rod/Lou Reizner (que também produziu "Caetano Veloso", de 1971). Nesse lançamento, assim como no primeiro, Rod intepreta alguns covers com uma pitada de rock'n roll e folk muito peculiares. A diferença está em como isso ocorre: aparenta estar mais familiarizado, arriscando-se em canções de rock e as transformando em algo próximo ao folk, sem perder a essência que o Faces conseguia em seu instrumental.
                Gasoline Alley, a faixa número 1, composta em dupla com Wood, tornou-se um sucesso, sendo inclusa nos shows do artista e de sua banda por muito tempo. Temos um cover de "Only A Hobo" de Bob Dylan, explicitando essa veia folk, que deixou claro também em sua composição "Jo's Lament" e "Lady Day", abordando muito inteligentemente no álbum o uso das teclas e do mandolim. Um cover da Small Faces (My Way of Giving) fica ainda mais pesado na voz de Rod, com uma ótima sequência da cozinha Jones/Lane junto a guitarra de Wood. "I'ts All Over Now" dos Stones e "Country Comfort", de John/Taupin explicitam diferentes sentimentos: enquanto a primeira é puro rock, fazendo jus aos originais, a segunda é bastante explorada nos vocais e teclas, dando um impacto maior a bela letra composta pela dupla, encarnando blues.
                A conclusão que fica desse álbum é que, com a escolha certa das músicas, partindo de bastante ecletismo, de Dylan à Elton John, passando pelos padrinhos Stones, conseguiu-se fechar um trabalho de ótima qualidade, que entre as dez faixas, pode-se sentir o melhor do folk, do rock'n roll e do blues. Somando a inovação das teclas, o mandolim, as guitarras e uma cozinha marcante, junto à atitude "Hard Rock" de Rod, este conseguiu compor uma atmosfera única e um álbum bastante peculiar. O vocal que se transformaria mundialmente famoso e a marca de belas canções e interpretações marcaria época nessa fase de sua carreira. Álbum lançado atinge na Billboard 200 o vigésimo sétimo lugar, um feito importante que premiou esse ótimo álbum de Stewart. No ano seguinte, ainda lançaria um álbum de uma colocação ainda maior nos charts dos dois países, com o  hit de sua carreira.

  • Avaliação:
 

  •  Ficha Técnica:


Gravadora:
Vertigo (UK), Mercury (EUA)
Lançamento:
1970
Gênero:
Rock'n Roll, Folk, Blues

  •  Faixas:


A1)  Gasoline AlleyCompositores: Rod Stewart e Ron Wood          4:00
A2) It's All Over NowCompositores: Bobby Womack e Shirley Womack      6:22
A3) Only A HoboCompositor:   Bob Dylan                       4:20
A4) My Way Of GivingCompositores: Steve Marriot e Ronnie Lane     4:10
B1) Country ComfortCompositores: Bernie Taupin e Elton John      4:45
B2) Cut Across ShortyCompositores: W. Walker e M. Wilkin           6:30
B3) Lady DayCompositor: Rod Stewart                       4:15
B4) Jo's LamentCompositor: Rod Stewart                       3:35
B5) You're My Girl (I Don't Want To Discuss It)Compositores: Beatty, Cooper e Shelby         4:30




  •  Créditos:

Vocais:Rod Stewart
Vocais de Apoio:Ronnie Lane
Violão:Martin Quittenton, Rod Stewart
Baixo:Ron Wood, Ronnie Lane
Slide Guitar:Sam Mitchell
Guitarra:Ron Wood
Bateria:Kenney Jones, Mick Waller
Piano:Ian McLagan, Pete Sears
Violino:Dennis O'Flynn, Dick Powell
Mandolim:Stanley Matthews
Assobio:William Gaff
Produção:Lou Reizner e Rod Stewart




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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Kelly Groucutt- Kelly (1981)


                O jovem Michael vivia desde seus quinze anos uma intimidade com a música. Criativo e aplicado, buscava sempre procurar ser um músico melhor a cada vez, seja compondo ou interpretando. Após passar por três bandas, e até seus 29 anos de idade, o agora homem não esperava ganhar uma oportunidade tão relevante à carreira: a saída de Mike de Albuquerque da Electric Light Orchestra, em 1974, em apoio à esposa que havia engravidado e para acompanhar a infância do filho, abriu uma lacuna na banda - precisavam de um baixista e cantor que pudesse harmonizar com o perfeccionista Jeff Lynne. Groucutt era de Birmingham, mesma cidade da banda, que o vendo tocar, o fez convite para ingressar, aceito pelo ascendente musicista, dado o ritmo de urgência para cumprir as datas da tour do álbum Eldorado. Dado o grande número de "Michaels" na banda, ele viraria Kelly, nome artístico que seria de conhecimento ao grande público em alguns anos. Até o final da década de 70, e a despercebida tour do álbum Time, Kelly decide por ter um espaço que nunca sentia ter em sua banda: o de compositor. Partindo disso, dedica-se para a produção de seu primeiro álbum, intitulado apenas "Kelly".
                Seu desejo de compor um álbum o fez escrever todas as letras, tocar diversos instrumentos e o produzir, e o mais interessante, contar com a participação de todos seus colegas de banda na época, exceto Lynne. Kaminski tocou seu violino azul em "Oh, Little Darling" e "Midnight Train", em outras músicas tivemos sempre o mesmo grupo: Bevan nas baquetas, Tandy nas teclas, e os arranjos de Louis Clark, que acompanhara o ELO não como músico de linha de show, mas arranjando algumas melodias. A gravadora a dar a oportunidade era a RCA, que dividia mercado com a Jet Records, que havia produzido boa parte dos trabalhos da banda inglesa.
                A relação mais próxima que poderíamos aplicar ao álbum de Groucutt é que ele mais lembraria o lançamento de 1979 de sua banda, "Discovery", podendo o considerar suficiente distante do álbum conceitual que a lançariam no ano de 1981. As batidas de "Black Hearted Woman", clara referência à descoberta de uma espécie de mulher de má índole que o enganara, com claras referências como "eu sei que o diabo é seu homem" lembra bastante o arranjo de "Last Train to London", assim como a melancólia "Mama", com "Need her Love" ou mesmo "Midnight Blue". O tema central do álbum é a desilusão e sofrimento amoroso, sejam nas esferas maternais ou em nível de relacionamentos e pode ser notado em quase todas as faixas, seja nas agitadas "Midnight Train" até as baladas de relativo sucesso "Oh, Little Darling" e "Am I A Dreamer". A música a furar o bloqueio é a rockabilly "Old Rock & Roller", clara influência de Del Shannon. Destaco "Sea Of Dreams" pelo belo arranjo de Clark junto à voz/violão de Kelly e com direito à vocoder no encerramento, e "You've Been Telling Lies", com uma bela linha de baixo.
                O esforço de Kelly Groucutt estava completo, o cantor havia "estreado" realmente no seu máximo, havia gravado um álbum bastante objetivo, ao seu gosto e não se preocupando necessariamente que impacto as suas músicas poderiam ter. O público as aceitou, e fizeram as duas primeiras faixas do álbum hits regionais, com aparições em alguns programas na Alemanha, por exemplo. No ano de 1983, durante a gravação de Secret Messages, Kelly é desligado da banda, após pedir "mais espaço" na banda, e mais ou menos despertando da situação de escravidão musical que estava passando, justificando o enorme talento que tinha. Nos anos seguintes, patrocinaria a causa do GreenPeace, interpretando canções em apoio à causa animal. O músico, que durante os anos 90 e 2000 viajaria mundo a fora mostrando às novas gerações as músicas de seu grupo de outrora, as levando desde a Lituânia até o Brasil, com fim de universalizar o legado de uma das mais relevantes bandas dos anos 70. Faleceria em 2009, dias depois de uma tour na Alemanha, de infarto. A passada de bastão ficaria com Glen Burtnik. O amor à profissão e aos fãs, sua cordialidade latina de um nascido no Reino Unido o fizeram querido por todos, deixando além dessa única obra solo, álbuns trabalhos com a OrKestra, Elo Pt II e The Orchestra.



  •               Avaliação:









  •     Ficha Técnica:
Gravadora:
RCA
Lançamento:
1981
Gênero:
Pop, Rockabilly




  • Faixas:
A1) Am I A Dreamer               
Compositor: Kelly Groucutt    
3:48
A2) Oh, Little Darling           
Compositor: Kelly Groucutt    
3:50
A3) Mama                         
Compositor: Kelly Groucutt    
3:42
A4) Black Hearted Woman          
Compositor: Kelly Groucutt    
3:29
A5) Midnight Train               
Compositor: Kelly Groucutt    
3:52
B1) I Can't Stand The Morning    
Compositor: Kelly Groucutt    
3:11
B2) Anything Goes With Me        
Compositor: Kelly Groucutt    
3:31
B3) Old Rock & Roller            
Compositor: Kelly Groucutt    
3:44
B4) )You've Been Telling Lies
Compositor: Kelly Groucutt    
3:11
B5) Sea Of Dreams               
Compositor: Kelly Groucutt    
4:51




  •  Créditos:
Vocais:
Kelly Groucutt
Guitarras e Violões:
Kelly Groucutt
Baixo:
Kelly Groucutt
Bateria:
Bev Bevan
Teclados:
Rick Tandy
Violino:
Mik Kaminski(1,2,5)
Arranjo Cordas:
Louis Clark
Escrito Por:
Kelly Groucutt
Produtor:
Kelly Groucutt
  •  Gravado em 54 East Sound Recorders, Pasadena, Califórnia e The Old Smithy Studios, Worcester, Inglaterra em 1981.




  • Vídeos:                                                                       


I Can't Stand The Morning
                                             


Anything Goes With Me
                   
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